segunda-feira, 30 de março de 2020

Sempre odiei ficar sozinha.
Sempre.
Estar sozinha me mostra o quanto eu sou solitária, me mostra o quanto eu sempre estou sozinha, sempre.
Quando estou no meio das pessoas, eu tenho a falsa ilusão de que elas gostam de mim, de que elas (mesmo que por interesse) escolhem ficar ao meu lado.
Mas quando estou sozinha, eu percebe que não tenho ninguém.
Ninguém a quem chamar, ninguém a quem gritar, ninguém a me esperar.
Ninguém realmente me quer por perto, ninguém lembra de mim, nem ao menos você mana...
Eu li uma frase semana passada que me define muito bem: "Não foi o fim do mundo, mas algo dentro de mim morreu".
Essa frase define meu aniversário. Você não lembrou de mim mana, assim tantas outras pessoas que achei que lembrariam. Foi a certeza de que tive, de que nunca vou ser boa o bastante pra ninguém, porque as pessoas sempre vão embora, e sempre fico me perguntando onde errei dessa vez.
Ouvindo "O Tempo" do Oficina G3, diz "os meus sonhos o vento não pode levar...", e me dei conta de que não tenho sonho algum.
É como se algo dentro de mim, tivesse morrido e eu não tivesse percebido. Não sei o que desejo, o que anseio. E pra ser bem franca, tenho até medo de querer algo, porque definitivamente as coisas nunca saem como eu quero, como planejei.
Quantos sonhos já perderam, quantos sonho o vento já levou.
Não tenho conexão nenhuma com essa cidade, não importa quanto tempo passe, sinto que não tenho raízes aqui. Não tenho memórias, não tenho apego emocional a absolutamente nada aqui.
Vejo a vida das pessoas que me são importantes, através de redes sociais, como um mero expectador, quando na verdade eu queria estar presente na vida dessas pessoas, queria estar lá nos momentos difíceis, nos momentos alegres. Queria estar comemorando as vitórias e chorando as derrotas com as pessoas que de fato marcaram a minha vida, mas ao invés de tudo isso, me vejo aqui sozinha, encarando meus medos e demônios sem ninguém pra me abraçar.